sábado, 10 de novembro de 2007

Um quarto dos portugueses não lava as mãos antes de comer e depois de ir à casa da banho

Cerca de um quarto dos portugueses não lava as mãos antes de comer e depois de ir à casa de banho ou contactar com animais, segundo um estudo internacional apresentado hoje, juntamente com uma campanha de promoção de higiene.

Realizado em onze países, entre eles Portugal, o estudo do Hygiene Council revela que "45 por cento dos portugueses afirma não lavar as mãos sempre que espirra ou tosse", sendo que um quarto da população portuguesa "não o faz quando contacta com animais, antes das refeições e depois de ir à casa de banho.


Em Portugal, 38 por cento da população acredita que os locais onde há mais germes são a sanita e a roupa suja, apesar de, segundo o estudo, ser nos interruptores, auscultadores de telefone ou comandos de televisão que há maior quantidade de germes.


"Sujamos as mãos em qualquer sítio, mas o fundamental é lavarmos as mãos antes de comer, depois de ir à casa de banho, quando fazemos limpeza na nossa casa ou quando passeamos com os animais", disse à Lusa a pediatra Ana Leça, da Unidade de Infecciologia do Hospital D. Estefânia, em Lisboa.


Para Ana Leça, "as mãos devem ser lavadas com sabão, num período razoável de tempo, palma com palma, dorso com dorso, entre os dedos, por baixo das unhas, de modo a que toda a superfície da palma da mão e do dorso seja perfeitamente lavada, incluindo a região do pulso".


O estudo foi apresentado hoje em Lisboa, no jardim-escola João de Deus, no âmbito da Campanha Nacional de Sensibilização para os Cuidados Básicos de Higiene, promovida pela Direcção Geral de Saúde e o Instituto Egas Moniz, que pretende implementar hábitos rotineiros de higiene através da distribuição de materiais didácticos em mais de 200 escolas de todo o país, sobretudo Lisboa e Porto e visando crianças entre os seis e oito anos de idade.


"Esta campanha é importante, porque a promoção de higiene é sempre meritória, a nível de hábitos das pessoas e de evitar algumas infecções, e depois porque as crianças, ao serem grandes receptoras e transmissoras de informação, são importantes na divulgação da própria mensagem desta campanha", referiu Ana Leça. 120 crianças, do 1º e 2º anos de escolaridade assistiram à apresentação do estudo: foram ensinadas a lavar as mãos por uma enfermeira e sensibilizadas para a importância desse acto. "É uma ideia educativa interessante que ajuda as crianças a adquirir uma melhor consciência sobre a higiene do seu corpo", disse António Ponces de Carvalho, Presidente da Direcção da Associação de jardins-escola João de Deus.


"A escola tem de ter este papel promotor de saúde e não ser apenas o sítio onde os meninos aprendem a ler, escrever e contar", acrescentou.


No entanto, Ana Elisabete, professora de 1º ano do jardim-escola, referiu que a fomentação dos hábitos de higiene é feita diariamente.


"Todos os dias acompanhamos os meninos à casa de banho, para ver se realmente eles lavam bem as mãos, às 9h00, antes de ir para a sala, às 11h30, quando voltamos do recreio, às 13h00, antes de ir para a cantina almoçar, e antes do lanche, por volta das 17h00", disse.


Apesar de Portugal não estar bem situado no "ranking", o estudo revela que os alemães e os ingleses ocupam o topo da tabela dos que menos lavam as mãos: 62 por cento dos primeiros e 53 por cento dos segundos "confessam que nunca lavaram as mãos em qualquer circunstância (tossir, espirrar, comer, depois de ir à casa de banho)".


O estudo chama a atenção para a importância da higiene pessoal e do próprio ambiente, uma vez que "a lavagem de mãos reduz a incidência de infecções até 59 por cento, reduz o risco de infecções respiratórias até 16 por cento e poderá reduzir o absentismo relacionado com doenças de crianças na escola até 49 por cento".


Em Portugal, o estudo envolveu entrevistas a 1005 pessoas, que vivem sobretudo no norte (37 por cento), Lisboa (28 por cento) e centro (24 por centro).


Fonte: Jornal "O público" - 07/11/2007


Visto em: http://www.ambientesaude.pt/

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